Encontro acontece neste final de semana, no Mercado Popular da Lagoinha, e também comemora os 10 anos do grupo Samba da Meia Noite
A arte preta estará mais uma vez em destaque na cidade de Belo Horizonte ao longo do próximo final de semana. Isso porque nos dias 11, 12 e 13/11 (sexta-feira, sábado e domingo), o festival Minas em Rede apresenta uma programação gratuita que contempla palestras, oficinas, exposições, intervenções e apresentações artísticas que valorizam a identidade negra na capital mineira. O evento é uma realização do Samba da Meia Noite com produção da Encruza Produções
Em sua primeira edição, o encontro acontece no Mercado Popular da Lagoinha e tem como tema “As manifestações Culturais e a sustentabilidade social”. Além de toda a representatividade, o festival também é um momento para comemorar o aniversário de 10 anos do grupo Samba da Meia Noite, idealizadores do projeto. Há uma década, os artistas e produtores do conjunto tomam as ruas de BH para levar cultura preta de maneira democrática a população. Essa entrega acontece a partir de três pilares, chamados carinhosamente de “Tríade da cultura preta de Minas Gerais”. Estes pilares são as culturas popular, de terreiro e urbana.
“O nome do festival demonstra um pouco do nosso objetivo que é criar uma conexão entre artistas e público, compondo uma grande teia cultural na cidade. Então, a gente pretende fomentar e disseminar o interesse pelas expedições diaspóricas populares e de rua, para que tanto artistas quanto o público consigam confluir e experienciar atividades dessa tríade, que a gente sabe que são culturas diferentes, mas que ao mesmo tempo nascem do mesmo lugar, que é a diáspora”, explica Larissa Fernanda produtora do Samba da Meia Noite.
Já para Jeferson Gomes, diretor do Samba da Meia Noite, a expectativa é de unir a cultura de rua, a cultura dos terreiros e a cultura preta em um universo muito além de apenas a arte. “Queremos um encontro coletivo para unir. É de extrema felicidade poder unificar pilares da cultura negra que dialogam com a culinária, com a música, com a poesia e ainda trazem o tema da responsabilidade social. Tema este que renova e recicla a contemporaneidade, as tradições e as culturas de base, trazendo tudo para o diálogo do ‘hoje e do agora’, pensando no futuro e valorizando a identidade da cultura popular. A expectava mesmo é de alegria, de festividade, de comemoração, de conhecimento, de reciclagem, de renovação e, acima de tudo, de união de nossos povos”, argumenta.
Larissa conta que o objetivo final é mostrar como a cultura tradicional, a cultura popular e a cultura urbana sofre alterações e mesmo assim se mantém vivas, além de suas semelhanças e individualidades. Aspectos econômicos, administrativo e, principalmente, sociais da nossa cidade também são lembrados nos diálogos e nos palcos.
“Nós queríamos criar um ambiente seguro para que um artista, ou qualquer pessoa que seja ligada a cultura urbana, se expressasse e se conectasse com o público. Da música a cultura de terreiro e ainda contemplando atividades de cultura popular, iremos criar um ambiente em que todo mundo consiga viver um pouquinho de atividades de uma dessas três culturas”, acrescenta.
Ensinar também é um propósito do Minas em Rede. As palestras, rodas de conversa, oficinas e as atividades oferecem lições, dicas e ensinamentos sobre como melhorar a qualidade de vida da sociedade, geração de renda e empreendedorismo. Aliás, microempreendedores também tem seu espaço. Com o objetivo de observam também a economia criativa e social, o evento irá promover uma feira para bazares e brechós que tenham propostas sustentáveis.
“A gente quer ocupar esse espaço, a gente quer ocupar o Mercado Popular da Lagoinha e compreender a participação do máximo de artistas e grupos envolvidos com a história da cultura de Minas Gerais. Nesse processo, não só como inovadores, mas como possuidores de uma tradição e de jornadas culturais que dão identidade a cidade. Queremos valorizar essa galera que está aí a muito tempo, criando, comovendo e incentivando a arte. Então a gente quer reforçar a importância dessas culturas que trazem o desenvolvimento de Belo Horizonte e também de Minas Gerais, contemplando expressões que mantem esse contexto e mantem a identidade cultural da nossa cidade”, finaliza Larissa.
Serviço – Minas em Rede
Datas: 11, 12 e 13 de novembro
Local: Mercado Popular da Lagoina (Av. Pres. Antônio Carlos, 821 – Lagoinha)
Entrada franca sem retirada de ingressos.
Programação:
11 de novembro | sexta-feira
Sala Cultural
18h - Abertura ancestral
18h30 - Coffee Break
19h - Roda de Conversa "As Manifestações Culturais e a Sustentabilidade Social nas Periferias"
20h30 - Samba De Roda – Celebração
12 de novembro | sábado
Sala Cultural
10h - Encruzilhando Saber E Fazenças No Plantar, com Jinsaba Ervaria/
13h - Músicas E Poesias Negras, com Tininho
15h - Oficina De Vogue Femme, com Lázara dos Anjos
Palco Principal
10h - Bhfieira Onde O Seu Sonho Vira Samba, com Bhfieira
13h - Oficina De Hiphop Dance, com Andre Calton
14h30 - Intervenção De Vogue, com Amerikana
15h - Guarda De São Jorge De Nossa Senhora Do Rosário
17h - -Set De Forró, com Dj Fidelis
18h – Show com Seu Vizinho
19h30 - Intervenção AYA, com Ícaro
20h – Show com Samba Da Meia Noite, em comemoração aos 10 anos do grupo
13 de novembro | domingo
Sala Cultural
10h – Abertura (atração sob consulta)
13h – Palestra “Sustentabilidade E Moda Periférica”, com Remexe Favelinha
15h - Oficina de Graffiti, com Kakaw
17h - Roda De Capoeira Angola, com Grupo Candeia de Capoeira Angola
Palco Principal
10h - Oficina De Toques De Candomblé, com Pai Leonardo
13h - Eliminatória BH, com Game Over Breaking Battle
14h30 - Intervenção Todos Dançam, com Natália Cândido
15h – Show com Afoxé Bandarêrê
17h - Intervenção Slam
18h – Show com X Sem Peita
20h – Show com Swing Safado
Foto: Pablo Bernardo e Julia Lanari