Aumento da inadimplência na capital mineira mostra que, mais do que nunca, consumidor precisa reavaliar sua relação com o dinheiro
O mês de maio, em Belo Horizonte, foi marcado pelo aumento da inadimplência em 0,44% na comparação com abril. No Brasil, o índice avançou 0,80% no mesmo período. O não pagamento das contas está relacionado a diversos fatores como inflação alta, juros elevados e a falta de planejamento financeiro. Com isso, os consumidores vêm acumulando faturas e boletos em atraso.
“A falta de planejamento financeiro é um dos motivadores do crescimento da inadimplência. A maioria das pessoas ainda não aprendeu a se relacionar de forma saudável e consciente com o dinheiro. Muitos gastam mais do que ganham, não analisam seu orçamento e, com isso, entram para o cadastro de negativados e reduzem, ainda mais, o poder de compra”, avalia a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Virgínia Mesquista.
Para se esquivar da inadimplência e também dos juros altos, afinal, eles são alguns dos vilões que afetam a saúde financeira, é essencial planejar o uso da renda. “Precisamos mudar a forma como nos relacionamos com o dinheiro. O consumidor deve analisar de forma consciente e crítica seus gastos, ponderar cortes e saber que o velho hábito de gastar tudo o que ganha é o caminho mais curto para acumular dívidas”, pondera Virgínia.
A economista da CDL/BHcompartilha algumas dicas que podem ajudar a programar a vida financeira e fugir das dívidas. Confira:
Visualize os gastos e ganhos
“Para ter maior consciência de seus gastos, crie o hábito de anotar suas movimentações. Isso pode ser feito em um caderno ou aplicativos de celular e computador. Dessa forma, é possível gerir de maneira mais eficiente os ganhos, os gastos, os custos fixos e variáveis, as despesas com o cartão de crédito e as parcelas das compras. Após visualizar sua realidade financeira, será mais fácil traçar estratégias e estabelecer metas”.
Crie um orçamento financeiro
“Após entender melhor seus gastos e ganhos, é preciso estabelecer um orçamento financeiro. Esse processo envolve estabelecer limites de gastos para cada categoria e evitar surpresas. Mas é preciso se manter fiel às metas e não se deixar levar pelas compras por impulso, por exemplo”.
Reserva de emergência
“Não podemos esquecer que imprevistos acontecem, por isso, dedicar parte de sua renda, ao menos 10%, para uma reserva de emergência é essencial. Infelizmente esse não é um hábito comum entre a maioria dos brasileiros, mas é de extrema importância, especialmente em momentos de crise”.
Renegocie as dívidas
“A renegociação de débitos é uma excelente forma de retirar o nome do cadastro de negativados. Na maioria das vezes são oferecidos descontos interessantes que vão facilitar o pagamento da dívida. É sempre melhor negociar do que deixar o débito em aberto”.
Muita atenção aos juros
“Se for parcelar uma compra, atente-se aos juros mensal e anual. Isso também vale para o cartão de crédito e cheque especial, afinal, os dois tiveram reajustes no mês de maio e devem seguir em alta nos próximos meses. No caso de empréstimos, esteja atento ao chamado Custo Efetivo Total, que compõe o valor total que será cobrado pelo dinheiro concedido”.
Estabeleça objetivos
“Definir metas é essencial para não estourar o orçamento. Mas é preciso criar objetivos atingíveis, que não fujam à sua realidade, nem causem frustração. Estabeleça o que deseja alcançar, de quanto vai precisar e em quanto tempo e, claro, coloque isso dentro do seu orçamento financeiro”.
Invista a renda extra
“Entrou um dinheiro a mais? O ideal é investir esse valor. Atualmente existem diversas formas de investimentos que podem ser feitas no aplicativo de celular do seu próprio banco. Analise as opções disponíveis e escolha a que oferece menos risco. Se o seu perfil não é de investidor, ainda vale a pena utilizar a conta poupança. Mesmo que o rendimento não seja significativo, ainda assim seu dinheiro estará guardado e disponível para momentos de necessidade”.
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