19 julho 2022

Planejamento financeiro é caminho para driblar juros altos e quitar dívidas

 

Aumento da inadimplência na capital mineira mostra que, mais do que nunca, consumidor precisa reavaliar sua relação com o dinheiro


O  mês  de  maio,  em  Belo  Horizonte,  foi  marcado  pelo aumento da inadimplência em 0,44% na comparação com abril. No Brasil, o índice avançou 0,80% no mesmo período. O não pagamento das contas está relacionado a diversos fatores como inflação alta,   juros  elevados   e  a   falta  de  planejamento   financeiro.   Com   isso,   os   consumidores   vêm acumulando faturas e boletos em atraso. 

A falta de planejamento financeiro é um dos  motivadores do crescimento da inadimplência. A maioria  das  pessoas  ainda  não  aprendeu  a  se  relacionar  de  forma  saudável  e  consciente  com  o dinheiro.  Muitos  gastam  mais  do  que  ganham,  não  analisam  seu  orçamento  e,  com  isso,  entram para o cadastro de negativados e reduzem, ainda mais, o poder de compra”, avalia a economista da  Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Virgínia Mesquista. 

Para se esquivar da inadimplência e também dos juros altos, afinal, eles são alguns dos vilões que afetam a saúde financeira, é essencial planejar o uso da renda. “Precisamos mudar a forma como nos  relacionamos  com  o  dinheiro.  O  consumidor  deve  analisar  de  forma  consciente  e  crítica  seus gastos,  ponderar  cortes e  saber que  o  velho hábito  de  gastar  tudo o  que  ganha é  o  caminho mais curto para acumular dívidas”, pondera Virgínia. 

A  economista  da  CDL/BHcompartilha  algumas  dicas  que  podem  ajudar  a  programar  a  vida financeira e fugir das dívidas. Confira: 

Visualize os gastos e ganhos 

“Para ter maior consciência de seus gastos, crie o hábito de anotar suas movimentações. Isso pode ser  feito  em  um  caderno  ou  aplicativos  de  celular  e  computador.  Dessa  forma,  é  possível  gerir  de maneira  mais  eficiente  os  ganhos,  os  gastos,  os  custos  fixos  e  variáveis,  as  despesas  com  o  cartão de crédito e as parcelas das compras. Após visualizar sua realidade financeira, será mais fácil traçar estratégias e estabelecer metas”. 

Crie um orçamento financeiro

“Após entender melhor seus gastos e ganhos, é preciso estabelecer um orçamento financeiro. Esse processo  envolve  estabelecer  limites  de  gastos  para  cada  categoria  e  evitar  surpresas.  Mas  é preciso se manter fiel às metas e não se deixar levar pelas compras por impulso, por exemplo”. 

Reserva de emergência

“Não podemos esquecer que imprevistos acontecem, por isso, dedicar parte de sua  renda,  ao menos  10%,  para  uma  reserva  de  emergência  é  essencial.  Infelizmente  esse  não  é  um  hábito comum   entre   a   maioria   dos   brasileiros, mas   é   de   extrema   importância,   especialmente   em momentos de crise”. 

Renegocie as dívidas

“A renegociação de débitos é uma excelente forma de retirar o nome do cadastro de negativados. Na  maioria  das  vezes são  oferecidos  descontos  interessantes  que  vão  facilitar  o  pagamento  da dívida. É sempre melhor negociar do que deixar o débito em aberto”. 

Muita atenção aos juros

“Se for parcelar uma compra, atente-se  aos  juros  mensal  e  anual.  Isso também vale  para  o  cartão de crédito e cheque especial, afinal, os dois tiveram reajustes no mês de maio e devem seguir em alta nos próximos meses. No caso de empréstimos, esteja atento ao chamado Custo Efetivo Total, que compõe o valor total que será cobrado pelo dinheiro concedido”.  

Estabeleça objetivos

“Definir metas é essencial para não estourar o orçamento. Mas é preciso criar objetivos atingíveis, que  não  fujam  à  sua  realidade,  nem  causem  frustração.  Estabeleça  o  que  deseja  alcançar,  de quanto vai precisar e em quanto tempo e, claro, coloque isso dentro do seu orçamento financeiro”.

Invista a renda extra

“Entrou um dinheiro a mais? O ideal é investir esse valor. Atualmente existem diversas formas de investimentos  que  podem  ser  feitas  no  aplicativo  de  celular  do  seu  próprio  banco.  Analise  as opções disponíveis e escolha a que oferece menos risco. Se o seu perfil não é de investidor, ainda vale a pena utilizar a conta poupança. Mesmo que o rendimento não seja significativo, ainda assim seu dinheiro estará guardado e disponível para momentos de necessidade”.

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