30 setembro 2021

Banda Dolores 602 lança single que anuncia novo disco

 Foto: Fernanda Polse

Após um ano e meio sem encontros presenciais, Dolores 602 lança música e clipe da faixa inédita Ouça. O single, que foi gravado de forma 100% remota, abre os caminhos para o novo álbum da banda que já tem um EP, um álbum de estúdio e um álbum ao vivo, gravado no grande teatro do Palácio das Artes em BH.

A faixa foi produzida pela integrante e multi-instrumentista Camila Menezes, que já tinha o desejo de trabalhar com produção musical e vem se especializando na área desde o início da pandemia – inclusive lançou recentemente o EP Bença, totalmente de sua autoria e produção. Os arranjos foram construídos coletivamente e cada instrumento foi captado separadamente no home studio de cada uma: "Foi uma produção nos moldes pandêmicos, feita em isolamento. Então nós nunca tocamos essa música juntas, o que é abissalmente diferente de outros processos que tivemos nos dez anos de banda, já que nossa forma de produção sempre foi muito orgânica, tocando junto, experimentando as sonoridades nos ensaios", afirma Isabella Figueira, baterista.

Ouça é uma música cativante do início ao fim, uma faixa meditativa que pode despertar um choro suave, daqueles que a gente emociona quando, no meio da correria, nos permitimos uma pausa e contemplamos o barulhinho do nosso silêncio interior. "Pensamos que a primeira coisa a ser escutada é a si mesmo. É muito sutil prestar atenção nos nossos desejos e sonhos, sem esquecê-los ou atropelá-los na correria do dia a dia, na cobrança de produzir, produzir, produzir… Ouvir a si mesmo é vital e é um processo que nos desperta também para ouvir o outro de uma maneira muito humana, conscientes de que estamos todos em processo", afirma Camila. "No caminho de alcançar nossos objetivos, o mais longe que conseguimos ir está na distância de um passo, pois só conseguimos dar um passo de cada vez. Por isso, é importante não desistir de nós, dos nossos objetivos, e pensar que a construção deles é pouco a pouco e que devemos começar com o que temos na mão", complementa Débora Ventura, vocalista.

Em um mundo barulhento e ruidoso, uma música sobre escuta profunda. Aquela escuta que não é do verbo escutar: escuta substantivo, "a escuta". Escuta para a vida, para si, para o outro. Em seus pouco mais de dois minutos, a faixa te abraça leve como um cobertor quentinho em noite fria. O frio é o momento duro que estamos passando no Brasil; o cobertor é a arte. "Essa chamada para a escuta se torna ainda mais importante neste momento, em que direitos humanos básicos ainda não são respeitados. Quando falamos de minorias, por exemplo, temos um longo e urgente caminho de revisão a fazer na nossa história a partir de vozes que não foram ouvidas e continuam sendo silenciadas", reflete a guitarrista Táskia Ferraz.

O trabalho, que foi desenvolvido com recursos da Lei Aldir Blanc – importante mecanismo de fomento ao setor cultural durante a pandemia do COVID 19 no Brasil –, é o início de novos caminhos sonoros na trajetória da Dolores 602. É um flerte com sintetizadores e bateria eletrônica, desejo que já existia na banda e vem anunciando um novo trabalho. "É uma flecha que foi lançada num novo caminho de produção musical que ainda estamos desvendando nesse cenário distópico. Não temos certeza de nada, só mesmo da vontade de continuar fazendo música, apesar de tudo", finalizam.

IDENTIDADE VISUAL
A capa do single foi feita pelo artista visual e músico Pedro Hamdan e as fotos de divulgação são da artista Fernanda Polse a partir de projeções feitas pela pintora e cenógrafa Gabriela Brasileiro, integrante do Ruído Branco Duo. "Somos admiradoras dos trabalhos do Pedro, da Fer e do Ruído Branco e achamos que seria incrível eles somarem para dar a identidade visual desse trabalho".

Existe a possibilidade das ilustrações representarem o fundo do mar, o espaço sideral ou até mesmo um tecido celular, dialogando com o movimento de escuta que a música propõe. É uma brincadeira com o dentro e com o fora, com o micro e o macro. Afinal, como já dizia o russo Tolstói, "se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia".



CLIPE
O single também ganha clipe no dia 1º de outubro. Com concepção da própria banda e direção/edição de Matheus Fleming, o clipe foi construído a partir de um chamamento para que a base de seguidores, amigos e familiares fizessem um autorretrato em vídeo escutando a música pela primeira vez. "Cada pessoa ouve e percebe de uma forma diferente, quisemos trazer essa diversidade para o clipe. Além disso, propusemos a experiência de nos conectarmos com nosso público e amigues enquanto ainda vivemos o isolamento social", explicam.

"Um dos momentos mais legais pra gente, como banda, é quando tocamos uma música inédita pela primeira vez num show e podemos ver as reações das pessoas, compartilhar a novidade com elas. Então, dentro do contexto de pandemia, pensamos que essa seria uma forma de captar a reação das pessoas ouvindo a música pela primeira vez", complementam.

O ouvir, na música, se torna uma experiência expandida para todos os sentidos. Não é apenas a percepção sonora, mas estar aberto a perceber. "Hoje em dia, a gente só produz, e não pára pra ouvir ninguém. Então, no lançamento desse single, estamos muito ligadas nessa coisa dos sentidos em geral e na conexão que rola quando a gente se abre para sentir", afirma Camila. Pensando nessa conexão, na escuta para além da audição, a banda convidou o tradutor de libras Guilherme Ramiro para fazer a interpretação da música nessa linguagem, a fim de que a mensagem também possa chegar a pessoas com deficiência auditiva.

 


SOBRE DOLORES 602

É uma banda composta por quatro mulheres lésbicas: Débora Ventura (voz, violão, guitarra), Camila Menezes (baixo, synths, ukulele, voz), Isabella Figueira (bateria, gaita, escaleta) e Táskia Ferraz (guitarra, vocais). As mineiras integram a banda há dez anos e juntas lançaram em 2014 seu primeiro EP. Este primeiro registro fonográfico trouxe a oportunidade de se apresentarem em diversos festivais de música, como o Festival Marreco e Festival Balaio (Patos de Minas), Festival Timbre (Uberlândia), Música Mundo (Belo Horizonte) e Sarará-Sensacional (Belo Horizonte). Também foram premiadas oito vezes com suas composições em festivais de canção pelo Brasil. O próximo show será na Virada Cultural de BH, no final de semana de 16-17 de outubro.

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26 setembro 2021

Paulo Ricardo estreia turnê Voz e Violão em BH e encanta público

 

Foto: Isabella Pinheiro


O cantor Paulo Ricardo, estreou sua turnê Voz e Violão na capital mineira com um show acústico, intimista e recheado de grandes sucessos no grande teatro do Palácio das Artes, na noite deste sábado (25).

14 setembro 2021

Setembro Amarelo: Por que a educação financeira é importante para a saúde mental?

 Foto: Pexels

Falar sobre dinheiro ainda é um tabu para muitas pessoas, assim como a saúde mental. Porém são dois assuntos importantes de serem debatidos por estarem diretamente ligados, uma vez que com o dinheiro as pessoas compram alimentos, acessam à educação, serviços de saúde, lazer, transporte, moradia, entre outras.

Em um momento de crise econômica, agravada na pandemia da Covid -19, onde milhares de pessoas perderam emprego, rendas, tiveram salários reduzidos, oscilações frequentes de altas de preços de alimentos da cesta básica, transporte, moradia, entre outros, os impactos desses fatores na saúde mental pode ser muito alto. Preocupações com o dinheiro para a alimentação do dia seguinte, pagamento das contas no fim do mês, desemprego, entre outros, geram muito estresse e ansiedade, podendo levar a casos de depressão ou suicídio, por exemplo.

Segundo a economista, fundadora e CEO da NoFront - Empoderamento Financeiro, Gabriela Chaves, saber como economizar, gastar e gerir o próprio dinheiro são aprendizados adquiridos por meio da educação financeira. E esse processo proporciona segurança, bem-estar e é também uma fonte de saúde mental, "porque não importa o que aconteça, as pessoas sabem que terão recursos para utilizar em momentos inesperados ou em situações que contribuam para a sua qualidade de vida", explica.

Conforme Chaves, as desigualdades sociais aumentaram ainda mais com a pandemia, visto que muitos brasileiros estão tendo que "vender o almoço para pagar a janta", ou seja, possuem uma renda insuficiente para pagarem o básico para viver. A economista destaca que uma renda baixa somada ao contexto da pandemia provoca o aumento do endividamento das famílias.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada em abril deste ano, o percentual de famílias endividadas em março atingiu 67,3%, o segundo maior patamar dos últimos 11 anos. Um estudo do Banco Central, divulgado em junho, revela também que famílias que fazem empréstimos em momentos de maior oferta de crédito, como agora na pandemia de Covid-19, tendem a reduzir o seu poder de compra nos próximos anos para quitar os empréstimos. Isso quer dizer que, com a alta da oferta de créditos com altos juros, a chance de crises econômicas mais fortes daqui a um ou dois anos é maior.

Do ponto de vista de Daniel Miari, cofundador da Inco Investimentos , plataforma de investimentos coletivos, o endividamento é um fator que impacta diretamente a saúde mental. "As dívidas costumam ser vistas como um problema sem saída. Desta maneira, a situação gera sentimentos de medo, ansiedade, baixa autoestima e até mesmo depressão", diz o executivo.

Como uma alternativa para evitar o endividamento e as suas consequências para o mental, o executivo ressalta a importância de incluir hábitos de investimento no cotidiano. "Em um contexto social repleto de incertezas, investir torna-se uma proteção ao bolso do brasileiro, já que a iniciativa traz um retorno financeiro, que pode ser utilizado em casos de emergência", pontua Miari.

O especialista ainda afirma que atualmente não é preciso uma grande quantia para começar a investir. "Há uma grande variedade de investimentos no mercado. Os coletivos, por exemplo, exigem um baixo valor inicial e ainda resultam em uma renda fixa para o investidor", finaliza o executivo.

Para a fundadora e CEO da NoFront - Empoderamento Financeiro, é importante também que as pessoas busquem apoio psicológico, façam um diagnóstico das dívidas, priorizem os gastos necessários para a sobrevivência, como alimentação, saúde e moradia, entre outros. Depois disso, cada pessoa pode planejar a quitação das demais dívidas estabelecendo prazos curtos ou longos, tendo em mente que nem sempre é possível quitar as dívidas de um dia para o outro. A economista sugere também que as pessoas devem avaliar a portabilidade de dívidas para instituições financeiras com menor taxa de juros, reduzir gastos mensais e vejam a possibilidade de obter uma renda extra, por exemplo.


Dia do Coworking: Reservas gratuitas em espaços compartilhados em todo o Brasil

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